7.05.2011

Capitulo III: Pessoas novas. Um novo sonho. Uma viagem inesperada.


     Saimer estava soando, levantou-se e ficou sentado com as pernas cruzadas. Conferiu as horas, 11h00min ainda. 
     Parece que foram horas que ele tinha dormido. 
     Ele parou e começou a pensar em tudo o que sonhou.
     ‘’Isso é tudo muito louco, será que consigo torna tudo àquilo em realidade? Talvez não, estou ficando louco. Ei, espere, preciso ser otimista. Bem, vamos lá. ’’
    Fechou os olhos. Pensou em tudo que sonhou. Cada sensação que teve. 
    Ele estralou os dedos e abriu os olhos, mas nada aconteceu. Sentiu-se desanimado, mas quem disse que iria ser fácil?
     Mais uma vez, fechou os olhos. Concentrou-se o máximo que pode, e então sua mente ficou vazia o mesmo que tinha acontecido em seu sonho. Saimer estava em transe. Mas ele não começou a flutuar como em seu sonho, ele começou a ouvir vozes em sua cabeça, milhares de vozes, murmúrios. Saimer não sabia o que era aquilo apenas continuou naquele estado, ate que despertou de seu transe.  Ficou paralisado olhando para entrada da sua barraca, as vozes diminuíram quase desaparecendo, mas ainda havia um sussurro cutucando sua cabeça, Saimer primeiro balançou a cabeça em uma tentativa de fazer aquilo parar, mas não adiantou, então ele começou a virar em todas as direções de onde aquelas vozes vinham, outra tentativa fracassada. Ele chegou à conclusão que aquela voz estava dentro da sua cabeça.  Então, decidiu se concentrar para ouvir melhor.
     Fechou os olhos novamente, começou a vasculhar dentro de sua mente onde estava àquela voz, ate que certo momento ele conseguiu ouvir claramente, como sem estivem falando com ele ali do seu lado.
- Vamos entrar e captura-los logo, sem moleza, não podemos enrolar – disse uma voz grave e estava determinada a fazer o que tinha dito.
- Acalme-se – disse outra voz mais calma. Eram dois homens, e estavam planejando algo – Temos que agir com eficiência e naturalidade. Ele deu ordens claras para não agir por impulso, vamos com calma! – continuou a outra voz.
     Só foi isso que Saimer conseguiu ouvir, as vozes acessaram.
     Saimer não soube o que pensar sobre o que acabou de acontecer. Ele notou certo tumulto vindo de fora, passou as mãos no rosto tentando limpar o suor e seus olhos.
     Ao sair, ele percebeu onde o tumulto estava acontecendo, na grande mesa de refeições. 
     Havia um grande circulo de pessoas em volta de outras duas.  Cada vez mais apareciam mais pessoas para ver o que estava acontecendo.
 - Pessoas novas no acampamento – disse Andrew atrás de Saimer. Do seu lado estava Louis.
- Não sei para que tudo isso, só são mais duas pessoas – disse Louis pouco se importando para as pessoas novas.
- Relaxa. É difícil encontrar pessoas vivas hoje, então, é motivo de comemoração – disse Andrew. 
- Tanto faz, minha vida vai continuar a mesma – retrucando mais uma vez Louis.
- Enfim, vamos dar boas vindas? – disse Andrews andando em direção ao grande tumulto.
     Louis não gostou muito da ideia, mas mesmo assim foi junto com ele.
     Algo na cabeça de falava para não ir, quer era perigoso. ‘’Estou ficando louco mesmo’’ pensou ele. E foi na mesma direção que Louis e Andrew.  
     Não deu para se aproximar muito, literalmente o acampamento todo parou para ver os recém-chegados.
     Saimer começou a procurar Kimberlly, mas sem sucesso. Talvez ela esteja andando por ai como sempre faz ou lendo dentro de barraca.
     Saimer desistiu de chegar mais perto dos novos sobreviventes, decidiu ir para sua barraca pensar no que aconteceu com ele.     
      O que foram aquelas vozes na sua cabeça? Não fazia muito sentido para ele, porque tentou voar, como aconteceu no sonho. 
     Ele não entrou na barraca, ficou do lado de fora, sentado vendo a multidão cada vez maior. ‘’Ainda tem algo errado com isso’’ penso.
     Queria contar tudo para alguém, e esse alguém era Kimberlly, mas ela não esta lá com ele agora, onde será que ela esta?
     Por alguns instantes, só veio Kimberlly em sua mente, e aconteceu mais uma vez. Um sussurro de uma voz apareceu em sua cabeça, e ele reconheceu de quem era.
‘’ Sua burra, olha o que você. Agora esta um clima meio tenso entre você e o Saimer, acho que vou pedir desculpar, é o mínimo’’.
     Era a voz de Kimberlly, havia decepção na voz dela, sentimento de culpa. Mas teve algo que Saimer não esperou. Ele começou a ver onde ela estava. Como se estivesse vendo através dos olhos dela. Era o mesmo lugar em que ele contou o seu sonho. Saimer estava em transe, mas foi despertado.
- Acorda! Planeta Terra! – Andrews estava estalando os dedos em frente ao seu rosto.
- Desculpe, estava... – ele ia falando, mas se deu conta de quem estava ali – nada... Esquece.
- Você parecia estar em uma espécie de transe. Já estávamos aqui faz uns minutos tentando chamar sua atenção.
- Serio? Desculpe, estava pensando nos meus pais - disse Saimer mentindo.
- Sinto muito, dever ser difícil para você, eu sei, assim como é para nós – disse Andrews caindo na mentira.
- Preciso encontrar Kimberlly, você sabe onde ela esta? 
- Não há vi desde que vocês chegaram da tarefa. Ela estava estranha Saimer, o que esta rolando?
- Não é nada. Ela é tímida e tem raiva disso, não é nada – disse Saimer, não soando tão convincente igual sua primeira mentira.
-Bem... Você que sabe. Vou procurar Louis, deve estar tentando falar com os novos campistas. Eles são estranhos, percebeu?
- Sim, percebi. Bem... Você que tem mais facilidade de se dar com as pessoas, faz amizade com eles, tenta descobrir algo, alias, você é bom em descobrir coisas. Agora, vou procurar Kimberlly, boa sorte. 
- Vai lá. Vou fazer o que posso por aqui. – disse Andrews com um sorriso no rosto.
     Saimer saiu andando na direção ao caminho que fez mais cedo.
     Chegou e encontrou Kimberlly sentada no mesmo tronco com eles estavam mais cedo. 
     Ela levou um susto quando viu Saimer chegando.
- Saimer, como você sabia que eu estava aqui? Preciso dizer uma coisa para você – disse Kimberlly levantando-se. 
- Sente-se de novo, eu que preciso falar com você. Já sei o que quer falar, quer me pedir desculpas, bem eu não sei bem se é isso, na verdade eu não sei mais de nada – disse Saimer mais confuso do que todas as outras vezes.
- Como sabe disso? 
- Kimberlly, eu sou mesmo um Dreamer! – disse Saimer direto ao assunto, sem mais delongas.
- O que? Como assim? 
- Simples. Eu controlei meu sonho, descobri como faz. E eu me imaginei voando no meu sonho. Acho que consigo controlar as coisas com a mente, e tem outra coisa que estou confuso também...
- Se você é um deles. Então, certamente alguém virar buscar para levar para o tal lugar que dizem que existe.
- Talvez eles já tenham chego. Escute. Quando acordei, tentei tornar tudo em realidade, mas... Eu comecei a ouvir vozes dentro a minha cabeça, mas teve uma que consegui ouvir com clareza – Saimer contou a ela o que ouviu e o momento em que as novas pessoas chegaram ao acampamento.
- Certo. Isso é estranho, temos que sair daqui Saimer, e tem que ser agora. – disse Kimberlly começando a temer o pior.
- Espera, não é bem assim. Andrew vai tentar conversar com eles, para descobrir algo... 
- Saimer, escuta aqui, se você é um desses que transforma tudo em realidade, com certeza já sabem que você existe e irão vir buscar você e isso vai colocar o acampamento todo em perigo, temos que sair daqui AGORA! – ela não se deu conta de que quase gritou.
- Certo, espere, preciso faze uma coisa.
- Não pode fazer depois?
- Não, tem que ser agora.
     Saimer chegou perto dela. Ela começou a ficar corada, vermelha. Eles estavam a um palmo de distancia, de nariz a nariz.
- O que você esta fazendo? – perguntou ela sem jeito e desviando o olhar dos olhos dele.
     Ele nada respondeu. De repente Saimer fez uma coisa que ela não imaginava. Saimer ergueu suas duas mãos e colocou uma de cada lado da cabeça dela como se fosse tentar ler a mente dela ou algo parecido.
     Saimer fechou os olhos, mas não para ignorar o olhar de Kimberlly, mas para se concentrar o máximo que puder. Ele tentou procurar alguma voz dentro de sua mente, qualquer sussurro, mas não conseguiu. 
     Então, ele abriu seus olhos, olhou fixamente para os olhos de Kimberlly que estava em uma tonalidade de verde claro, porque o sol batia levemente nos olhos dela.
     Saimer se concentrou. Procurou lembrar a voz doce dela, cada palavra que ela já disse a ele. De repente sua mente só fica em foco nela, só surgi à imagem dela e uma voz apareceu em sua mente. Sim, ele reconhecia aquela voz muito bem, era de Kimberlly.
‘’Deus, o que ele esta fazendo? Esta pirando. Mas por outro lado... ’’
-... Amo quando ele olha nos meus olhos. – completou Saimer.
- Como, você... – Kimberlly ficou totalmente envergonhada, seu rosto ficou avermelhado, muito. Não tinha nem como disfarças a vergonha. 
     Ela colocou suas mãos na dele e abaixou, mas continuaram de mãos dadas. Foram longos minutos sem falar se quer uma palavra.
- Desculpa, precisa fazer isso, para ter certeza. – disse Saimer desviando o olhar do dela.
- Você leu minha mente. Como você fez isso? – seu tom era normal, não estava chateada com isso, mais cedo ou mais tarde ela iria falar isso para ele de qualquer jeito.
- Não sei, deve ser consequência do que sonhei, mas não sei por que consigo ler mentes. Loucura isso. – Ele retornou a olhar de volta para ela.
- Tem razão, mas agora temos que voltar ao acampamento. – disse ela encerrando o assunto.

Ao chegarem lá, o movimento estava voltando ao normal. Saimer conferiu seu relógio que marcava 12h45min. Isso significava que o almoço estava começando.
- Olha só, se não é o casalzinho mais famoso do acampamento – falou Andrew vindo em direção a eles, logo atrás seu fiel companheiro Louis. Kimberlly novamente ficou envergonhada.
- Como sempre, muito engraçadinho – Saimer dando um sorriso sarcástico, irônico. - Descobriu alguma coisa?  - perguntou logo em seguida.
- Meu caro amigo, eu tentei tudo o que pude, mas parece que eles não abrem o jogo, sabem dar respostas escapatórias, como se soubesse o que vou perguntar.
Saimer olhou para Kimberlly como se quisesse falar: Muito estranho isso.
- Essas pessoas são estranhas. Eles armaram acampamento perto da sua barraca Saimer, se eu fosse você, tomava cuidado anoite. – falou Louis para Saimer.
- Calma Louis, não coloque medo nele. Saimer já esta bem grande para se cuidar sozinho.  Não é mesmo amigão? – Andrews dando um tampa amigável no ombro de Saimer.
- Sim... Se me permitirem, irei para minha barraca, você vem Kimberlly? – Louis e Andrews olharam para ela no sentindo: É você vai?
Como sempre ela ficou envergonhada, mas acabou indo.
Saimer viu a barraca deles logo quando estava chegando perto da sua. Era duas vezes maior. Mas para abrigar duas pessoas tinha que ser mesmo. Tinha apenas dez metros de distancia de sua barraca para a deles. Kimberlly e Saimer entram na sua barraca. Sentaram-se.
- E agora? Será que são eles? Precisamos de um plano. – começou a falar Kimberlly.
- Escute, eu sei que você esta com medo e tudo mais, mas não sabemos para onde ir, você sabe de algum lugar?
- Eu acho que sei. Na minha bolsa tem um mapa de todos os lugares que viajei com meus pais, mas tem um em especial. Talvez esteja em boas condições e de para irmos para lá.
- E onde é esse lugar?
- Bem... Na Rússia, especificadamente na Sibéria.
- O que? Como vamos chegar lá? O que tem por lá? – Saimer começou a encher Kimberlly de perguntas.
- É, isso mesmo que você ouviu. Meu pai construiu uma pequena casa lá no meio das montanhas. Ainda deve ter energia elétrica e tudo mais.
- Muito arriscado. Mas como iremos chegar ate lá?
- Bem... Talvez se você sonhasse um pouco... – Kimberlly sugeriu.
- O que? Você quer que eu sonhe que me consiga teletransportar?
- É mais ou menos isso.
- Você pensa que é fácil? Eu acabei de descobrir que posso fazer isso. Tenho que ver. Então, não vamos poder partir hoje. Preciso de uma bela noite de sonhos para ver isso.
- Tudo bem. Quer que eu fique aqui? Você sabe... Para ninguém te atrapalhar. – dessa vez Kimberlly não teve vergonha dessa vez, por um milagre.
- Eu gostaria se você não se importasse. Vamos comer, depois vá pegar sua mochila e traga para cá certo?

     O almoço foi rápido, os dois novos campistas não apareceram. Talvez não quisessem se expor muito.
     Kimberlly e Saimer comeram rapidamente. A mesa estava com poucas coisas. Algumas frutas, alguns animais caçados e cozinhados, algumas jarras de água.
     A mesa estava lotada, pois quase todos faziam suas refeições ali. 
     De volta à barraca. Kimberlly tirou o mapa e um álbum de fotos razoavelmente grande.
- Certo, estamos mais ou menos aqui... – disse Kimberlly colocando o mapa no chão e apontando para a parte onde estava escrito Alemanha – Bem, pelo menos eu acho. Teremos que ir ate aqui, eu acho. – falou ela deslizando o dedo onde estava a metade da Rússia, ela estava incerta.
- Isso fica longe! Seu pai não queria construir em um lugar mais longe não? – perguntou Saimer ironicamente, mas percebeu que Kimberlly lançou lhe um olhar que parou de falar na hora. 
- Continuando... Lá eu acho que não teve dano. Tem um gerador de energia e tudo mais. É um lugar lindo. Montanhas, árvores.  Tem um pequeno lago perto, nós costumávamos pescar, papai ria de mim por que... – Kimberlly parou de falar de repente, começou a perceber que aquilo fazia parte do passado, e quando ela se dava conta que era passado, pensava no presente e no futuro, e isso significava que estava sem seus pais.
- Ei, calma. Vamos achar seus pais e você vai poder fazer isso de novo. Vocês costumavam a olhar o por do sol da varanda né? 
- Sim, mas como você sabe... 
Saimer deu uma balançada na cabeça. Estava lendo a mente de Kimberlly de novo, sem se dar conta de que estava fazendo isso. 
- Desculpe, não sei como fiz isso, foi automático.
- Tudo bem. Vamos voltar o que estávamos falando. Se você conseguir alguma coisa no seu sonho vai ser mais fácil se locomover por ai. 
- Vou tentar o máximo que posso tudo bem? Mas posso ver essas fotos? – perguntou Saimer apontando para o álbum de fotos.
- Sim, claro, olhe aqui... – Kimberlly abriu na primeira pagina. As fotos já estavam um pouco desgastadas, mas dava para ver claramente as imagens.
     As paginas estavam divididas em três colunas. E em cada coluna havia duas fotos, uma embaixo da outra.
     Na primeira pagina havia diversas fotos mostrando o lugar. O rio com água cristalina. A casa, que havia dois andares (contando com o térreo). Era feita de madeira. Havia uma varanda com plantas e cadeiras de balanço. Dava para perceber as montanhas cercando o local, o céu azul, as cordilheiras. A grama era verde. Era um bom local para se passar as férias com sua família e sair para fazer trilhas e pescar.
     Kimberlly virou outra pagina. Dessa vez tinha sua mãe e seu pai. 
     Saimer logo percebeu da onde veio à beleza de Kimberlly.
     Sua mãe era ruiva, com a pele branca, seus olhos eram verdes. Estava com um chapéu de pescador, colete de pesca, calça camuflada e logicamente uma vara de pesca em sua mão, ela estava sorrindo. 
     Outra foto mostrava seu pai. Alto, seus cabelos pretos, olhos cor de mel. Estava vestido igual a sua esposa. Segurando também uma vara de pesca.
     As outras fotos os mostravam se abraçando e sorrindo, felizes e transbordando amor.
    Outra pagina. Nessas, estava Kimberlly pequena. Deveria ter uns sete anos.
     Sempre mantendo a mesma pose, o mesmo olhar e sorriso. 
     Algumas vezes ela aparecia do lado de um peixe grande que o pai pegou ou sendo abraçada pelo pai ou pela mãe.
     - Você esta igual. Claro, agora você esta mais linda... Quer dizer... Esta maior – falou Saimer um pouco sem jeito. Kimberlly sorriu.
- Vou levar isso como um elogio. Mas enfim, o resto das fotos, são os lugares para onde viajamos e tudo mais. – em seguida ela fechou o álbum e guardou em sua mochila.
- Que tal você tirar uma soneca? – a sugeriu, estava cada vez mais evidente que ela estava ansiosa para obter resultados positivos e sair daquele acampamento.
- Apressada você. Bem... Esta certa, eu estou começando a ficar mole, você sabe... Depois do almoço, bate a vontade de dormi. 
- Ficarei aqui. Não deixarei ninguém te atrapalhar. É a regra né?
- Sim. – disse apenas 
     Saimer se deitou de lado. Tentou deixar a mente limpa, mas adormeceu rapidamente.
     Apesar de não deixar a mente completamente limpa, acabou parando no local de partida para começar a sonhar.
- Certo, vamos lá Saimer, bote sua mente para trabalhar. – começara falar ele mesmo.
     Fechou os olhos. Concentrou-se e tentou lembrar-se das fotos que Kimberlly mostrou para ele. As árvores, montanhas, lago, a casa. A casa era o principal ponto de referencia para ele se ‘’teletransportar’’ para o local. 
     As imagens começaram a se montar como um quebra cabeça dentro de sua mente. Começou a sentir o clima gelado. As imagens estavam se encaixando cada vez mais, ate que o cenário feito em sua mente ficou totalmente solido.
     Ele abriu os olhos. Inacreditável. Ele estava exatamente onde pensou, mas estava em uma beira de uma montanha. Um córrego se estendia ate onde os olhos não podiam ver. Grama verde, pinheiros e bosques davam ao lugar um charme espetacular. O sol estava aparecendo através das montanhas, mas estava frio. Cordilheiras se estendiam a quilômetros.
     Ao longe quase se conseguia ver uma pequena casa.
    Se fosse andando, iria demorar muito tempo, pensou ele. Então espreitou seus olhos e pensou: Como eu queria ter uma visão de águia. Sabe? Dava para ver tudo.
     Então, como se fosse algo simples, ele pensou isso e aconteceu. Estava acontecendo rápido, qualquer coisa que pensava já conseguia fazer de imediato.
     Saimer conseguiu ver com clareza tudo ao longe. 
     Cada vez mais ele via as coisas mais perto dele, se aproximando ate que ele deixou os olhos normais e se deu conta que estava do lado da casa. 
     Olhou para traz e viu a beira da montanha onde ele estava alguns minutos atrás.
     - Incrível, estou aprendendo rápido, ainda bem.
     Saimer olhou a sua volta, ficou parado em frente a casa. Virou-se e viu o lago a poucos metros dele. Espreitou os olhos de novo. Começou a observar onde ele queria ir. Era como se ele estivesse dentro no lago, todo submerso e de repente ele estava na beira do lago.
- Estou pegando o jeito. Só espero que eu consiga obter resultado fora desse sonho.
      Ele deu a volta no lago, observando cada parte do lugar que conseguiu montar na sua mente. Deveria estar mais ou menos assim nos dias de hoje se a Kimberlly estivesse certa.
     Saimer estava novamente em frente da casa. Olhou para a beira da montanha de onde estava. Em poucos segundos estava lá novamente.
- Acho que esta na hora de ir. Não sei bem como faço isso, e agora? Vou tentar uma coisa.
     Fechou os olhos, começou a esvaziar sua mente, se desfazendo do cenário que tinha acabo de criar. Ate que estivesse simplesmente sem nada.
      De volta ao local branco. Agora ele se concentrou na realidade, fora do sonho. Kimberlly o vendo dormi, o acampamento, os novos campistas. E então tudo sumiu.

     Ele abriu os olhos lentamente, e quando abriu completamente se deparou com uma coisa que não estava acostumado ver.
     Kimberlly estava deitada do seu lado. Ela não estava dormindo, apenas observando, tentando adivinhar o que ele estava sonhando. Estavam muito perto um do outro, muito mesmo.
- Você não se mexeu nem se quer um segundo. Esta do mesmo jeito quando dormi. – fez uma pequena observação Kimberlly, seu tom de voz era calmo, doce e aconchegante. Saimer sorriu e se levantou.
- Consegui, e se estiver certa de que o lugar não foi danificado, é um lugar maravilhoso. – fez um comentário discreto, e tentando se mantar calmo.
- Você conseguiu mesmo? – Kimberlly se levantou também e ficou sentada do lado de Saimer.
     Saimer estava se sentido muito bem, não estava mais confuso ou qualquer coisa do tipo. Era como se estivesse confiante e poderoso.
     Sua mente dizia que ele poderia fazer qualquer coisa, a hora que quisesse e isso tomou conta dele e acabou fazendo uma coisa que nem ele poderia imaginar.
- Kimberlly, me de sua mão. – Saimer estendeu a mão para ela. 
     Sem saber como reagir, Kimberlly deu a mão.
- Certo, não sei bem como vou fazer isso, mas estou me sentindo confiante. Feche os olhos e respire fundo. 
      Não soube muito bem porque ele disse isso, mas ela obedeceu.
     Saimer fechou os olhos e fez tudo o que fez em seu sonho. Pensou em tudo o que viu. A sensação de estar naquele lugar, o frio que sentiu. A beira da montanha onde ele esteve. Parecia que ele estava tentando trazer o lugar ate ele. Apertou a mão de Kimberlly mais forte. Então Saimer começou há tremer um pouco e isso fez com que Kimberlly também tremesse.
     E depois de uns minutos os dois simplesmente sumiram no nada. Como se eles estivesse entrado em um buraco imaginário ou um buraco negro. Tudo o que sobrou atrás deles foi uma nuvem de poeira.

     Eles saíram do nada. Materializaram-se bem onde Saimer esteve em seu sonho. A paisagem estava à mesma, quase nada mudou. A não ser que agora, havia um numero menor de árvores.
     Saimer ficou tonto. Estava vendo tudo embaçado. Estava sem força, sua cabeça explodia de tanta dor.
     Kimberlly que estava de mãos dadas com ele ainda, o segurou para não desabar no chão. Ela o deitou e apoiou sua cabeça em suas pernas. Estava frio, com certeza estava menos de 0°C.
- Era aqui que você queria vir? Espero que eu não tenha errado de lugar. – Saimer estava com um sorriso no rosto, mas estava muito pálido.
      A última coisa que ele pode ver foram as lagrimas caindo dos olhos de Kimberlly, por fim, ele desmaiou.





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